Há 20 anos atrás, o brasileiro Gustavo Kuerten entrava para a história com a conquista do tricampeonato do Aberto da França em Paris. E no artigo de hoje relembraremos um pouco da trajetória de Guga na competição:
A trajetória de Guga em Roland Garros:
A zebra em 1997
Gustavo Kuerten iniciou seu percurso no Aberto da França ocupando a 66º posição no ranking ATP e com apenas 20 anos de idade. Guga só havia competido em Paris na edição do ano anterior, sendo derrotado no primeiro round da competição. Kuerten foi avançando com boas vitórias em cima do número 5 do mundo, Thomas Muster e do campeão do torneio de 1996, Yevgeny Kafelnikov.
Na final, o brasileiro enfrentou o espanhol Sergi Bruguera, número 19 do mundo, que havia vencido Roland Garros em 1993 e 1994. E Guga foi avassalador vencendo o seu primeiro título de Grand Slam por 6-3, 6-4 e 6-2.
Com a vitória, ele voou para a posição de nº15 do ranking ATP. Também se tornou o primeiro não cabeça de chave a vencer a competição desde Mats Wilander em 1982 e também o segundo ranking mais baixo a vencer o Grand Slam.
Também cabe destacar que Kuerten foi o primeiro brasileiro campeão em Roland Garros nos torneios simples e o segundo a vencer um Grand Slam — como já informamos, esse título pertence a Bailarina do Tênis, Maria Esther Bueno.
A dobradinha em 2000
Depois de uma eliminação precoce em 1998 e parando nas quartas de final em 1999, Kuerten apresentou uma campanha mais sólida em 2000. Agora ranqueado número 5 do mundo, Guga já era um nome mais conhecido e de maior sucesso — já com seis títulos no currículo e todos nas quadras de saibro — no cenário mundial do que o garoto sensação em 1997.
Seguindo à risca de 1997, novamente o brasileiro teve que passar pelo russo Yevgeny Kafelnikov nas quartas de final, conseguiu uma boa vitória contra o espanhol Juan Carlos Ferrero nas semis e batalhou com o número 3 do mundo Magnus Norman na final. Guga precisou do tiebreak para conseguir assegurar sua vitória e o seu segundo título de Roland Garros, que o alavancou para o tão sonhado número 1 do ranking ATP.
O Tricampeonato
Pela primeira vez na carreira, Guga foi a Roland Garros como o principal favorito a vencer a competição. Era o número 1 do ranking mundial e também o atual campeão da edição anterior. Nas três primeiras rodadas, passou com certa tranquilidade pelos argentinos Guillermo Coria, Agustín Calleri e pelo marroquino Karim Alami.
Na quarta rodada, o momento mais dramático: uma quase eliminação precoce contra o norte-americano Michael Russell, um dos azarões da competição. Russel esteve a um match point da vitória, no entanto, Guga conseguiu emplacar uma virada histórica para sobreviver e avançar para as quartas de final. Confira os melhores momentos no vídeo abaixo:
Na sequência, Kuerten enfrentou Yevgeny Kafelnikov pela terceira vez em cinco anos em Roland Garros e novamente o brasileiro conseguiu sair vitorioso. Era esse o sinal que indicava o título e concretizando a mística, Guga conseguiu vitórias exemplares contra os espanhóis Juan Carlos Ferrero na semi e Alex Corretja na final — com direito a 6-0 no último quarto — para consolidar o seu 3º título no Aberto da França.
Após a vitória, Guga protagonizou um das cenas mais icônicas da história da competição. O brasileiro desenhou um coração com sua raquete e se deitou no chão de saibro, declarando seu amor à Roland Garros.
Infelizmente as lesões atrapalharam a carreira do atleta e depois de 2001, ele nunca mais conseguiu passar das quartas de final. Mas a sua trajetória em Paris, as exibições, o seu carisma e os títulos consolidaram o jogador ao Hall da Fama do Tênis e também um lugar no de maiores tenistas das quadras de Saibro de Roland Garros e da história.
