Quem irá parar Novak Djokovic? Essa é a pergunta que todos os experts e os fãs de tênis têm se perguntado nos últimos meses. O número um do ranking da ATP tem tido um ano fenomenal lotado de títulos, conquistas, quebra de recordes e vêm se preparando para um alcançar um feito inédito para os tenistas masculinos e que cravará ainda mais o seu nome na história do tênis mundial.
Estamos falando de nada mais, nada menos do que a conquista do feito mais raro do esporte da bola amarela, o Golden Slam.
Mas afinal, o que é esse tal de Golden Slam? Para explicarmos esta glória, precisamos falar da única pessoa na história que conseguiu atingir tal marca. Consegue fazer apostas? Pois é! Nada de Roger Federer, Rafael Nadal ou mesmo as irmãs Venus e Serena Williams.
O primeiro e único – até o momento – título de Golden Slam foi conquistado pela alemã Steffi Graf no ano de 1988, quando a tenista conquistou todos os títulos “Majors” (Australian Open, French Open, Wimbledon e US Open) além da medalha de ouro nas Olimpíadas de Seoul na Coreia do Sul.
Portanto, para reforçar a explicação, o feito do Golden Slam é alcançado quando o tenista conquista todas as competições de Grand Slams mais a medalha de ouro nas Olimpíadas, tudo isso no mesmo ano.
O Golden Slam de Nole é possível?
Mas voltando a Djokovic, estamos no final de julho, prestes a acompanhar a abertura das Olimpíadas de Tóquio 2020 que será realizada em 2021 devido aos atrasos por conta da pandemia de COVID-19. E com 2021 se tornando um ano olímpico, vimos o sérvio se colocando em excelente posição para alcançar o “inalcançável”. Mas será que é possível mesmo?
A resposta é muito simples: claro que sim!
Em todos esses anos, nunca alguém esteve tão perto de repetir o feito gigantesco realizado por Steffi Graf. E Djokovic está não só favorecido por um momento mágico em sua carreira, como nenhum adversário parece estar à altura de enfrentá-lo em 2021. Contabilizando o repertório de Nole esse ano, o número 1 do mundo disputou 37 partidas – vencendo 34 e perdendo apenas 3 disputas.
E quem poderia atrapalhar os planos de Djokovic de reunir todos as joias do infinito os títulos de 2021 que o levariam a conquista da “Manopla” do Golden Slam?
Nas Olimpíadas que começam daqui há alguns dias, os principais rivais da carreira do sérvio já abdicaram da disputa. Rafael Nadal e Roger Federer não estão em suas melhores fases fisicamente e terão de acompanhar as partidas pela televisão.
Da nova geração de desafiantes ao Big Three, Daniil Medvedev (2º), Stefanos Tsitsipas (4º), Alexander Zverev (5º), Dominic Thiem (6º), Andrey Rublev (7º) e Matteo Berrettini (8º), todos atletas presentes no Top 10 do ranking da ATP, surgem como possíveis nomes a ameaçar o sérvio.
No entanto, se olharmos o histórico de confrontos de todos esses atletas contra Djokovic em Grand Slams, Nole leva ampla vantagem contra seus adversários, tendo vencido 10 das 12 partidas em que enfrentou esses 6 atletas. Desses confrontos as únicas derrotas foram para o suiço Thiem, nas edições de 2017 e 2019 de Roland Garros.
Vale também destacar que o sérvio derrotou Medvedev, Tsitsipas, Zverev e Berrettini em suas conquistas de 2021, além da semifinal histórica no aberto da França onde superou o “Rei do Saibro” Rafael Nadal.
Dito isso, vamos relembrar um pouco do caminho percorrido por Djokovic até aqui.
A Trajetória em 2021
Australian Open:
No primeiro Grand Slam do ano, Djokovic entrou como grande favorito e como o defensor do título, tendo conquistado as ultimas duas edições do evento em 2019 e 2020. Na abertura, derrotou sem problemas o francês Jérémy Chardy por 3×0 e na sequência ultrapassou os norte-americanos Frances Tiafoe Jr. (3×1) e Taylor Fritz (3×2) na segunda e terceira rodada, respectivamente.
Na quarta rodada, ao derrotar o canadense Milos Raonic, Nole se juntou a Roger Federer como os únicos tenistas masculinos a vencerem 300 ou mais partidas de simples em competições de Grand Slams. Na etapa final do torneio, ele desbancou o alemão Alexander Zverev (3×1) nas quartas, o russo Aslan Karatsev – a surpresa do evento – (3×0) e na final teve um belo embate com outro russo, Daniil Medvedev.
Se aproveitando dos problemas de nervosismo e da falta de controle do adversário, o sérvio garantiu a vitória com o placar de 3×0 (7-5, 6-2, 6-2).
Essa foi a nona vez em que Djokovic disputou uma final de Australian Open e pela nona vez o número 1 do mundo no ranking ATP se sagrou campeão na quadra rápida de Melbourne.
French Open
Tendo conquistado o título apenas em uma ocasião (2016), Djokovic iniciou sua trajetória na edição de 2021 de Roland Garros com vitórias tranquilas sobre o norte-americano Tennys Sandgren, o uruguaio Pablo Cuevas e o lituano Ričardas Berankis todos por 3 sets a zero.
Na quarta rodada veio o primeiro susto: contra o italiano Lorenzo Musetti de apenas 19 anos, Nole foi derrotado nos dois primeiros sets da partida em uma exibição até então brilhante do jovem adversário. No entanto, o número 1 do mundo voltou atropelando o italiano, vencendo os dois sets seguintes e estava em iminência de ganhar o 5º quando Musetti sentiu dores na virilha e preferiu desistir.
Nas quartas, Djokovic foi superior a Matteo Berrettini (3×1) que o levou ao embate clássico contra um de seus maiores rivais, Rafael Nadal no que seria uma reedição da final de Roland Garros no ano anterior. O Rei do Saibro era claramente favorito ao título, vindo de uma sequência de quatro conquistas seguidas na competição. Já o sérvio, chegava ao duelo focado e aparentemente mais inteiro fisicamente do que o espanhol.
O resultado foi uma partida memorável, com ralis espetaculares e que proporcionou um duelo tático incrível entre dois dos maiores tenistas da história mundial. De virada e em quatro sets, Nole que até então possuía uma vitória e sete derrotas enfrentando Rafa em Roland Garros garantiu sua vaga na final. Essa foi apenas a terceira derrota de Nadal em toda sua história no evento.
Na final contra o grego Stefanos Tsitsipas, outro susto. Pela segunda vez na edição de 2021, Novak saiu atrás no placar e novamente perdendo os dois primeiros sets. E seguindo o roteiro anterior, o número 1 do mundo novamente se recuperou e virou a partida para se sagrar campeão do aberto da França pela segunda vez. Esse foi o 19º título do sérvio em torneios Major e que garantiu a marca de ser o primeiro tenista da era Aberta a vencer todos os quatro Grand Slams pelo menos duas vezes na carreira (Double Career Grand Slam).
Wimbledon
Nas charmosas quadras de grama de Wimbledon, Novak Djokovic era novamente o favorito ao título após o bicampeonato em 2019 e 2018 – o evento não foi realizado em 2020 em decorrência da pandemia de COVID–19. Na primeira rodada, o sérvio venceu o britânico Jack Draper por 3×1 e pela segunda rodada, outra reedição de final ao confrontar o sul-africano Kevin Anderson – vice-campeão contra Nole na edição de 2018 de Wimbledon. Novamente Novak sobressaiu vencendo Anderson por 3×0.
Na sequência, Djokovic derrotou o norte-americano Denis Kudla (3×0) na terceira rodada. Enquanto na quarta, foi superior ao chileno Cristian Garin também por 3×0. Nas quartas de final, o número 1 do mundo alcançou a sua 100ª vitória em quadras de grama ao derrotar o húngaro Márton Fucsovics (3×0).
Na semifinal, ele derrotou o canadense Denis Shapovalov (3×0) para avançar a sua trigésima final de Grand Slam. E com o êxito de virada (3×1), Novak Djokovic derrotou o italiano Matteo Berrettini, número 9 do mundo, para conquistar o seu sexto título em Wimbledon e igualando o recorde de 20 títulos simples de Grand Slams de Roger Federer e Rafael Nadal.
